Ouço
muita coisa, nem sempre com a atenção merecida, porque o faço enquanto
trabalho. Sem referir alguns álbuns de 2016 que seriam escolhas óbvias
mas ainda não integrei na minha vida, destaco alguns dos discos que mais ouvi
durante o ano.
Ouvi
muito estes dois discos, ambos de 2013, ambos de bandas com discos novos em
2016 de que ainda não gosto tanto: coincidências difíceis de explicar. Os dois
transmitem energia positiva sem se levarem muito a sério (aliás, estou a
ouvi-los enquanto escrevo isto e já me sinto bem-disposta). A versão Deluxe de Wildewoman inclui uma cover deliciosa de
“Everybody Wants to Rule the World” que não deve ser ignorada. À semelhança de
quase todos os fãs do grupo, a minha canção preferida deste disco é Two of Us on the Run. (Estou um bocado obcecada com este disco todo, para dizer a verdade.)
Tomorrow Was The Golden Age, Bing & Ruth
Pode-se
dizer, sem desprestígio, que certos discos ajudam a trabalhar. Para cumprirem
esta condição, não é necessário que sejam obras-primas de qualidade
irrepreensível, mas é importante que não enervem muito o ouvinte.
Ouço
muita coisa leve, como versões pop de Bach, bandas sonoras de filmes sobre
personagens relativamente obsessivas (Sherlock Holmes, etc.) e afins, mas
também descubro discos realmente bons, que por vezes ficam associados para
sempre a determinado trabalho.
John Luther Adams, por exemplo, tornou-se
indissociável para mim da actividade de traduzir Thoreau durante o Verão.
Os
discos são uma maravilha. Esta entrevista com o compositor também é uma
inspiração.