«I too am not a bit tamed, I too am untranslatable» (Walt Whitman) | setadespedida@yahoo.co.uk

domingo, 16 de dezembro de 2018

O Cinéfilo Preguiçoso entre Setembro e Dezembro de 2018




16.12.2018 Le Livre d’Image (real. Jean Luc-Godard, 2018)

9.12.2018 Godard, o Temível (real. Michel Hazanivicius, 2017)

2. 12. 2018 Doubles Vies (real. Olivier Assayas, 2018)

25.11.2018 Em Trânsito (real. Christian Petzold, 2018)

18.11.2018 Asako I e II (real. Ryusuke Hamaguchi, 2018)

10.11.2018 Sixteen Candles (real. John Hughes, 1984)

4. 11. 2018 O Primeiro Homem na Lua (real. Damien Chazelle, 2018)

28.10.2018 Rivers and Tides e Brisseau – 251, rue Marcadet (Thomas Riedelsheimer, 2001; Laurent Achard, 2018)

20.10.2018 Drôles d’Oiseaux (real. Élise Girard, 2017)

14.10.2018 No Escuro do Cinema Descalço os Sapatos (real. Cláudia Varejão, 2016)

7. 10. 2018 Guerra Fria (real. Pawel Pawlikowski, 2018)


23.9.2018 Moonrise (real. Frank Borzage, 1948)

16.9.2018 O Fantasma do Paraíso (real. Brian De Palma, 1974)

10.9.2018 Blow Out (real. Brian De Palma, 1981)

2.9.2018 Ama-San e Juliet, Nua (real. Cláudia Varejão, 2016; Jesse Peretz, 2018)



quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Forma de Vida #14

Bengala de Virginia Woolf, Colecção Berg, New York Public Library.



Cá está o novo número, com as minhas Notas do Fundo do Rio, na Faca de Papel #6.



terça-feira, 16 de outubro de 2018

O que os vivos fazem


«This is/what the living do: go in.»  
«San Sepolcro», Jorie Graham
Untitled (Four Doors, Cat), Gertrude Abercrombie, 1957.

Tudo começou no dia em que saí, esquecendo-me de levar as chaves de casa. Tive as chaves na mão, mas esqueci-me delas. Fiquei de fora. Fiquei à espera. Verificou-se também alguma indecisão sobre o desejo de entrar. E se nunca mais entrasse naquilo em que todos os outros participam?
Meses após este percalço, já depois de ter entrado e saído muitas vezes na mesma casa, num dia de manhã, a seguir ao pequeno-almoço, a porta da casa de banho simplesmente deixou de abrir. O incidente não foi grave: se tivesse ficado fechada lá dentro, sem contacto com o exterior, teria de esperar pelo fim do dia, até alguém regressar. Mas, mais uma vez, estava do lado de fora: só não conseguia entrar.
Depois de tentarmos várias vezes abrir a porta à força, sem sucesso, B. lembrou-se de um truque com uma capinha de plástico. Sem grande estardalhaço, a capinha azul venceu o trinco da porta e esta abriu-se. A partir daí mantivemos esta porta aberta e decidimos mudar de casa.
Durante a procura de casa houve mais incidentes com portas.
Na primeira casa de que gostámos, um primeiro andar nos Anjos, as traseiras da casa tinham um jardim de inverno em frente ao qual passava uma escada de incêndio. Nesta casa, não me sentia segura visto que qualquer pessoa podia passar por ali, partir os vidros e entrar.
Na segunda casa de que gostámos, na zona do Saldanha, a sala de jantar tinha uma porta para o corredor que os proprietários tinham bloqueado, do lado de dentro da sala, por um aparador, e também, do lado do corredor, por uma espécie de bengaleiro grande, numa posição estranha. O excesso de bloqueios, por dentro e por fora, suscitou dúvidas. Seria uma porta pertencente a um fantasma, uma espécie de portal para outra dimensão?
Uma casa de Alvalade tinha um logradouro a que se tinha acesso por um corredor escuro que ninguém percorria há muito tempo. A porta estava emperrada: quando finalmente a abrimos, depois de um empurrão com mais força, levantou-se uma nuvem de sementes, libertadas pelas ervas secas e altas. B. avisou-me para ter cuidado com as alergias. No primeiro andar, alguns elementos da família, incluindo um beagle desconfiado, vieram à janela para ver o que andávamos a fazer lá em baixo. Pareciam encarar o logradouro como uma lembrança distante.
Na última visita dos compradores da nossa casa, a porta do elevador não abriu. Tinham entrado quatro pessoas e este bloqueara com o peso. Os compradores passaram cerca de vinte minutos dentro do elevador, até chegar o apoio técnico. Depois saíram do elevador directamente para nossa casa, aliviados, e fizeram a visita final.
Obviamente, neste percurso, a última porta fechada aconteceu quando, já depois de tudo ser transferido para a nova casa, com a casa antiga já vazia, saímos, fechando a porta, e nunca mais pudemos voltar. Na casa nova parece ter desaparecido uma das chaves, mas sou eu que secretamente ando com ela sempre dentro do bolso, para nunca mais ter de ficar de fora.

domingo, 29 de julho de 2018

O Cinéfilo Preguiçoso em Abril, Maio, Junho e Julho



29.7.2018 Remorques e On the Beach at Night Alone (real. Jean Grémillon, 1941; Hong Sang-Soo, 2017)

22.7.2018 Lenny (real. Bob Fosse, 1974)

15. 7. 2018 No Coração da Escuridão (real. Paul Schrader, 2017)

8.7.2018 Fahrenheit 451 (real. François Truffaut, 1966)

1.7.2018 A Livraria (real. Isabel Coixet, 2017)

24.6.2018 Columbus (real. Kogonada, 2017)

17. 6. 2018 Irma Vep (real. Olivier Assayas, 1996)

10.6.2018 Mulheres do Século XX (Mike Mills, 2016)

3.6.2018 Nina (real. Cynthia Mort, 2016)

27.5.2018 La Pointe Courte (real. Agnès Varda, 1955)

20. 5. 2018 Zama (real. Lucrecia Martel, 2017)

13.5.2018 Frantz (real. François Ozon, 2016)

6.5.2018 En Attendant les Barbares (real. Eugène Green, 2017)

29.4.2018 Person to Person (real. Dustin Guy Defa, 2017)

22.4.2018 England is Mine (real. Mark Gill, 2017)

15.4.2018 Shirley: Visions of Reality (real. Gustav Deutsch, 2013)

8. 4.2018 Que o Diabo nos Carregue e Lady Bird (real. Jean-Claude Brisseau, 2017; Greta Gerwig, 2017)



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