«I too am not a bit tamed, I too am untranslatable» (Walt Whitman) | setadespedida@yahoo.co.uk

sexta-feira, 17 de julho de 2009

O cinema italiano e eu

Eu costumava embirrar um bocado com Fellini, mas este ano já vi três filmes maravilhosos deste realizador: Os Inúteis, Palhaços e Roma.
Em Roma, em particular, é interessante constatar como o riso pode conviver com algumas das sequências simultaneamente mais tenebrosas e mais belas que já vi em cinema: o trânsito nos acessos a Roma, a construção dos túneis de metro com a descoberta dos frescos, as cenas nos bordéis, a sequência do desfile de moda eclesiástica.
Ao contrário do que julgava, Fellini é tudo menos decorativo. Há poucos realizadores com filmes em que a morte e a vida estejam tão bem entrelaçados.


Deceive inveigle obfuscate

O Michael Jackson que mais me interessa continua a ser o dos Jackson Five.
Há ali alguém a quem explicaram que só mereceria amor se fizesse o que lhe dissessem.
Este Michael Jackson ainda não descobriu que para os que são incapazes de amor incondicional mesmo o amor condicional é improvável. Os gestos e movimentos executando cuidadosamente coreografias e instruções denunciam a vontade absurda de lutar por esse amor mal prometido. Mesmo mascarado, este menino tudo faz para agradar.
O Michael Jackson que vem a seguir é muito mais cínico e desencantado. Parece desprovido de centro.


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