Zadie Smith, para além de ser uma mulher lindíssima, reflecte sobre literatura de forma muito inteligente. Veja-se, por exemplo, o contraste que faz entre uma certa família literária mais próxima de Kafka, Camus, Dostoievski, e outra, em que insere autores como George Eliot, E. M. Forster, Jane Austen ou (parcialmente) Henry James.
O meu problema com On Beauty / Uma Questão de Beleza, descrito pela autora como uma homenagem à segunda família literária, por ela associada «à convicção de que, no fim, os agentes racionais hão-de conseguir o que é melhor para eles», talvez se relacione com as expectativas erradas que este tipo de apresentação pode suscitar.
É possível que Zadie Smith se venha a tornar uma grande escritora. On Beauty, no entanto, apesar de competente, é um romance absolutamente mediano. Por si só, ser mediano e competente não tem nada de mal. O problema reside no confronto que é proposto à partida com os livros dos autores citados. No fim de On Beauty, é inevitável a sensação de que as horas gastas com esta leitura teriam sido mais bem passadas quer com George Eliot, grande escritora muito pouco lida entre nós, quer com Forster ou até com algum Henry James.
Poderia também falar da presença totalmente decorativa de Rembrandt na narrativa, mas fiquemos por aqui.
O meu problema com On Beauty / Uma Questão de Beleza, descrito pela autora como uma homenagem à segunda família literária, por ela associada «à convicção de que, no fim, os agentes racionais hão-de conseguir o que é melhor para eles», talvez se relacione com as expectativas erradas que este tipo de apresentação pode suscitar.
É possível que Zadie Smith se venha a tornar uma grande escritora. On Beauty, no entanto, apesar de competente, é um romance absolutamente mediano. Por si só, ser mediano e competente não tem nada de mal. O problema reside no confronto que é proposto à partida com os livros dos autores citados. No fim de On Beauty, é inevitável a sensação de que as horas gastas com esta leitura teriam sido mais bem passadas quer com George Eliot, grande escritora muito pouco lida entre nós, quer com Forster ou até com algum Henry James.
Poderia também falar da presença totalmente decorativa de Rembrandt na narrativa, mas fiquemos por aqui.
Já agora, só uma pequena chamada de atenção. Neste artigo, a dada altura, é erradamente atribuído o género masculino à escritora A.S. Byatt («do Richardson ao AS Byatt»). Convém ter mais cuidado com estas coisas.