A curta-metragem Un Lever de Rideau, de François Ozon, passou no Indie Lisboa deste ano e baseia-se no texto Un Incompris, magnífica comédia em um acto de Henri de Montherlant, em que algumas ameixas assumem um papel decisivo.
Numa entrevista sobre este filme, Mathieu Amalric fala da discrepância física («la différence incroyable», «ce décalage physique [...] vraiment saisissant») visível entre a figura dele e as de Vahina Giocante e Louis Garrel, que formam o par principal. Enquanto, segundo Amalric, no filme, estes dois parecem belos como estátuas gregas, com pele de alabastro, ele aparece com a barba por fazer e o ar gasto e desencantado de quem já perdeu muita coisa.
Numa entrevista sobre este filme, Mathieu Amalric fala da discrepância física («la différence incroyable», «ce décalage physique [...] vraiment saisissant») visível entre a figura dele e as de Vahina Giocante e Louis Garrel, que formam o par principal. Enquanto, segundo Amalric, no filme, estes dois parecem belos como estátuas gregas, com pele de alabastro, ele aparece com a barba por fazer e o ar gasto e desencantado de quem já perdeu muita coisa.
Quando, porém, vejo Amalric ao lado de Louis Garrel, que é, de facto, um homem bonito, Amalric parece-me muito mais interessante. Não é o ar: nunca tive grande paciência para o tipo «gasto e desencantado» (e não diria sequer que é esse o ar aqui). Acho que tem a ver com a voz e a respiração de Amalric quando pronuncia palavras como fatigue ou lassitude.