«I too am not a bit tamed, I too am untranslatable» (Walt Whitman) | setadespedida@yahoo.co.uk

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Conversas de livraria

No magnífico filme Lola, de Jacques Demy, uma mãe entra numa livraria com a filha adolescente. Dirige-se ao vendedor:

- As suas duas últimas sugestões não foram muito apropriadas.
- Então porquê?
- No primeiro livro, um engraçadinho tinha escrito a lápis o nome do assassino na página treze. Quanto ao segundo, nem sequer posso emprestá-lo à minha filha porque está cheio de imoralidades.
- Mas era de um escritor tão bom e tão considerado…
- Pois é como lhe digo. Fiquei um pouco chocada. E, de qualquer modo, o que hoje procuro é um dicionário de francês-inglês.


(Esta conversa deliciosa não acrescenta nada à acção do filme. Aparece ali apenas para que uma das personagens masculinas, leitor impressionável, possa travar conhecimento com estas figuras femininas.)

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