«I too am not a bit tamed, I too am untranslatable» (Walt Whitman) | setadespedida@yahoo.co.uk

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Pensamentos dúbios e questionáveis



«It was not that he felt any emotion akin to love for Irene Adler. All emotions, and that one particularly, were abhorrent to his cold, precise but admirably balanced mind. He was, I take it, the most perfect reasoning and observing machine that the world has seen, but as a lover he would have placed himself in a false position. He never spoke of the softer passions, save with a gibe and a sneer. They were admirable things for the observer - excellent for drawing the veil from men's motives and actions. But for the trained reasoner to admit such intrusions into his own delicate and finely adjusted temperament was to introduce a distracting factor which might throw a doubt upon all his mental results. Grit in a sensitive instrument, or a crack in one of his own high-power lenses, would not be more disturbing than a strong emotion in a nature such as his. And yet there was but one woman to him, and that woman was the late Irene Adler, of dubious and questionable memory.»

É muito engraçado ver como Conan Doyle, qual malabarista tentando equilibrar demasiados objectos só para chamar a atenção para a dificuldade da actividade em que se especializou, joga com uma contradição aparente neste passo da aventura «A Scandal in Bohemia».
O autor começa por descrever Sherlock Holmes como uma máquina maximamente racional e observadora. Para este tipo de pessoa, segundo o narrador, as «paixões menores» só podem ser instrumentos úteis, válidos apenas na medida em que levantam o véu dos motivos e das acções dos seres humanos.
O malabarismo torna-se evidente na oração adversativa final do passo citado («And yet there was but one woman to him, and that woman was the late Irene Adler, of dubious and questionable memory.»), quando a tradicional e consagrada oposição entre actividade racional e amor entra por momentos em desequílibrio. O facto de mesmo o homem mais racional do mundo poder interessar-se por uma mulher sugere que o amor é uma coisa mental, com um fundo mais racional do que à primeira vista poderia parecer.
A famosa incompatibilidade entre Sherlock Holmes e o amor pode afinal ser falsa: se o amor é uma coisa mental, quanto mais racional se for, maior é o risco de vulnerabilidade ao amor.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Je me reconnais plus facilement dans les maladroits


Emmanuel Mouret, realizador, argumentista e actor francês, nasceu em Marselha, em 1970.
Autor e protagonista do filme Un Baiser s’il vou plaît, que passou no sábado, na Festa do Cinema Francês.
Prestem-lhe atenção: é tudo o que tenho a dizer.

Capítulo III … ou IV

Em que uma personagem se interroga:
«Como é que eu não percebi que isto podia vir a acontecer?».

Jogo duplo

Por muito que lhes perceba a utilidade, saber jogar, fazer um bom jogo, só por si, são habilidades que não me interessam nada. No final, estou sempre, mas sempre, com o antipático que fez mas tem dúvidas, nunca com o sedutor ineficiente que irradia confiança absoluta em si próprio.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Fernando Pessoa desconhecido

Relações esperadas e inesperadas podem ser reveladoras de aspectos menos visíveis dos elementos entre os quais se estabelece relação? A exposição Weltliteratur, na Gulbenkian até 4 de Janeiro, trabalha com esta hipótese. Assumido como eixo central da exposição, Fernando Pessoa é mostrado enquanto paradigma do autor com facetas importantes por conhecer.

Se Pessoa escrevesse agora, talvez tivesse um blogue em que publicasse, quem sabe se em articulação com imagens muito semelhantes àquelas que aparecem na primeira sala desta exposição, algumas das coisas que agora encontramos reunidas no Livro do Desassossego:
«E, hoje, pensando no que tem sido a minha vida, sinto-me qualquer bicho vivo, transportado num cesto de encurvar o braço, entre duas estações suburbanas.» ou «Sou uma criança, com uma palmatória acesa, que atravessa, de camisa de noite, uma grande casa deserta.», ou ainda «Faço a paisagem ter para mim os efeitos da música, evocar-me imagens visuais […]. O meu triunfo máximo no género foi quando, olhando para o Cais do Sodré nitidamente o vi um pagode chinês com estranhos guizos nas pontas dos telhados como chapéus absurdos […].» E, contudo, encontro mais vezes comentários ou citações deste livro em blogues ingleses e americanos do que em blogues portugueses. Fora de Portugal lê-se o Livro do Desassossego. Em Portugal, o conhecimento de Pessoa parece esgotar-se na discussão do folclore dos heterónimos. Logo na primeira sala da exposição, no entanto, os três belíssimos fragmentos do Livro do Desassossego expostos lembram que neste livro tão pouco lido e discutido entre nós estão alguns dos melhores textos do autor. Será que os estrangeiros compreendem Pessoa melhor do que os portugueses?


Pormenor da peça Fernando Pessoa, de Richard Serra

No contexto da recepção de Pessoa fora de Portugal, para além das relações propostas de forma explícita ou implícita na exposição Weltliteratur, tomando o Livro do Desassossego como elo de ligação, chega mesmo a ser possível estabelecer uma outra relação inesperada, entre Lisboa e Londres, mais especificamente entre a Gulbenkian e a Gagosian Gallery, onde está patente uma exposição mostrando obras de Richard Serra, uma das quais intitulada Fernando Pessoa.
Questionado sobre a escolha do título desta peça, Serra classifica a ligação entre o trabalho e Fernando Pessoa como «tangencial»: estava a ler o livro na altura em que construiu a peça; não se deve atribuir demasiada importância aos títulos, diz o artista.
Parece-me que a explicação de Serra para o título da peça chama a atenção para um factor que deve ser tomado em consideração pelos visitantes da exposição em Lisboa. Não se deve atribuir demasiada importância aos títulos mas o título da peça de Serra é aquele porque o artista estava a ler o Livro do Desassossego: estabelecer relações, perceber relações, não são processos lineares de simples observação mas dependem sempre de um processo de construção particular que cada um joga com o que sabe e o que tem. As relações propostas espacialmente entre imagens e textos de Pessoa e de outros autores na exposição Weltliteratur configuram um percurso de descoberta, não de recepção passiva.

Gagosian Gallery

Ler uma entrevista ao Prof. António Feijó, comissário da exposição na Gulbenkian.

Telheiras by night, Telheiras by day

Por volta das três da manhã, alguém prendia balões brancos a todos os carros da rua para a qual está virado o meu quarto. Depois divertia-se a rebentar balões aqui e ali, ao ritmo do capricho, mas sem pressas e com grande estardalhaço. Às oito da manhã está vento e em certos carros podem ser vistos ainda alguns balões brancos dançando no ar. Nos outros carros ficou só o cordel, sem balão, e contudo tremendo ao vento também.
A crise mental, tão ou mais importante do que a crise financeira.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

A lição do mau aluno

No Instituto Benjamenta de Jakob Von Gunten aprende-se a importância da submissão e das tarefas pequenas e subalternas para a sobrevivência:
«Quem saiba resignar-se, adaptar-se e mexer-se, por tolo e ignorante que seja, ainda não está perdido, talvez encontre melhor o seu caminho na vida do que aquele que é esperto e vem equipado com com conhecimentos.» (p. 32); «É claro que temos de pensar, pensar muito até. Mas a submissão é muito, muito mais refinada do que pensar. Quando pensamos, oferecemos resistência, e é tão feio isto, tão vicioso. Se quem pensa soubesse o quanto pensar vicia as coisas. Quem por zelo não pensa, faz qualquer coisa, e esta coisa é bem mais necessária.» (p. 89)

Não se pode dizer que o narrador seja bom aluno, uma vez que demonstra algumas dificuldades em adaptar-se aos princípios em que assenta a educação da escola.
Em vez de viver como «uma pessoa de cultura numa era de cultura» percebe o mundo como um conto de fadas e um sonho selvagem e arrebatador devido à atmosfera estabelecida pelo ritmo apressado das pessoas na rua e pelo brilho dos seus olhos deixando transparecer as suas ambições: «todas estas figuras, e eu com elas, caminham apressadamente sob a gaze opaca, como figuras de um sonho, à procura de alguma coisa, mas sem nunca encontrar, parece, o que é belo e certo. Todos aqui procuram alguma coisa, todos anseiam por riquezas e fortunas fabulosas. Sempre com pressa. Não, sabem dominar-se em tudo, mas a pressa, a ânsia, o tormento e a inquietude brilham em lampejos nos olhos ávidos.» (p. 40)
Neste universo feérico, segundo o narrador, aqueles que cumprem tarefas menores figuram como duendes «que, como é sabido, cumpriam todas as tarefas mais rudes e árduas apenas por uma sobrenatural bondade do coração.» (p. 37).

No núcleo deste conto de fadas que se joga com regras pouco compreensíveis reside um paradoxo que o narrador não consegue resolver: apesar de desejar acima de tudo permanecer pequeno («Fico tão feliz por não ver nada em mim digno de consideração e de respeito! Ser e permanecer pequeno. E se uma mão, uma circunstância, uma onda, me erguesse e levasse aonde o poder e a influência dominam, eu próprio desfaria os laços que me privilegiassem, eu próprio me atiraria para a escuridão baixa e muda. Só consigo respirar nas regiões inferiores.», p. 142), nunca consegue ser do tamanho adequado para sequer desejar ter sucesso no mundo, ao contrário de alguns dos seus colegas: «gente estúpida como ele foi criada para avançar, chegar longe, viver bem e mandar, ao passo que pessoas sensatas como eu têm de deixar florescer e esmorecer os seus bons impulsos ao serviço dos outros. Eu, eu serei qualquer coisa muito insignificante e pequena.» (p. 44).
Para se sobreviver incólume num mundo pequeno é preciso continuar sempre mais pequeno do que os pequenos, ao ponto de, num misto de fascínio e de repulsa, se descrever mal as próprias regras do jogo deles. É isto que aprendemos com Walser, sobretudo por ele ser tão mau aluno.

O livro seguinte

Ler para esquecer parece continuar a ser o meu lema. (Isto há-de abrandar, espero.) Depois de Walser, mais ficção: A Sicilian Romance, de Ann Radcliffe. Publicado originalmente em 1790, está longe de ser uma saída recente e é, mais uma vez, um livro escolhido devido a uma referência num blogue.
A arquitectura dos castelos dos romances góticos (ruínas, passagens secretas, sombras, segredos, percursos labirínticos) agrada-me muito. Apesar de não ser grande apreciadora de Jane Austen, li Northanger Abbey durante o Verão e, como achei muito divertidas as referências paródicas a Radcliffe, decidi procurar a origem.
O que li até agora de A Sicilian Romance não me está a parecer entusiasmante, mas aguardemos.

domingo, 5 de outubro de 2008

A tese roubada

Conheço algumas histórias de teses desaparecidas antes de serem terminadas ou até iniciadas, mas aquela que mais me divertiu nos últimos tempos está no décimo primeiro capítulo do livro Histoires de Peintures, de Daniel Arasse (Folio).
Depois de uma tese de mestrado sobre Masolino, Arasse planeava escrever a tese de doutoramento sobre S. Bernardino de Siena. Naquele momento crítico em que a bibliografia está lida e as ideias mais ou menos organizadas, pouco antes de se começar a escrever, Arasse levava para todo o lado um saco pesado de aparência valiosa onde guardava todos os papéis e livros com que iria trabalhar. Um dia, em Florença, esse saco desapareceu-lhe da mala do carro.
Arasse conta que na altura colocou vários anúncios desesperados nos jornais e chegou a rezar a S. Bernardino pela recuperação do material perdido. Tudo em vão. Depois acrescenta que suspeita que S. Bernardino tivesse um segredo e por isso não quisesse que a tese fosse escrita. O roubo ter-se-ia dado por intercessão do santo.
Por acaso, tenho uma explicação diferente. Embora haja momentos difíceis na história de redacção de uma tese, não há nada tão horrível como o momento em que o trabalho preparatório está terminado. Logo que se tenta começar a escrever torna-se evidente que a tese genial que há meses vínhamos idealizando afinal não terá nunca existência real. Nunca estamos à altura daquilo de que nos imaginamos capazes. O início da redacção de uma tese é um momento de agora ou nunca: trata-se de optar entre viver com aquilo que somos capazes de fazer ou simplesmente passar a alimentar durante anos o que imaginamos mas somos incapazes de realizar.
Durante a redacção da tese é preciso optar permanentemente por continuar a escrevê-la em vez de parar ou destruir todos os documentos relacionados com ela. (No meu caso, todos os dias desejava secretamente que os meus gatos descobrissem um botão mágico que apagasse a tese e todas as cópias que dela tinha guardado, quando, cansados de me ver horas a fio a olhar para um écran em vez de lhes prestar a devida atenção, iam para cima do teclado. Todos os dias colocava a hipótese de abandonar o tema e escolher um assunto em que os meus esforços pudessem não me desiludir tanto.) Mas o mais difícil de tudo é começar: quanto mais se escreve, mais fácil é continuar a escrevê-la e mais custa perder o que já se conseguiu.
O segundo momento mais difícil é o da conclusão da tese: qualquer discussão de um tema pode continuar ad aeternum sem o esgotar. Há uma altura em que ou entregamos a nossa tese imperfeita ou passamos o resto da vida a tentar melhorá-la sem que isso nos faça necessariamente sentir mais satisfeitos.
Quanto a Arasse, depois da tese roubada, decidiu que não ia repetir o trabalho já feito, a investigação, as fotografias. Achou melhor mudar de tema e de orientador; e fez o doutoramento sobre uma questão diferente. Ainda hoje continua a pensar sobre S. Bernardino de Sienna, que considera um assunto apaixonante.
Cá para mim, foi Arasse que suprimiu o próprio saco. Uma tese roubada é o sonho secreto mais querido de qualquer candidato a mestrado ou a doutoramento.

Imagem: retrato de S. Bernardino de Siena, parte de um tríptico de Francesco d'Antonio da Viterbo

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Animais na cabeça




Ando a ler uma tradução de Walser que saiu em 2005: Jakob Von Gunten. Não sou grande leitora de saídas recentes. Para dizer a verdade, os motivos que me fazem escolher um livro relevam muitas vezes da natureza do capricho. Desta vez, por exemplo, peguei no romance de Walser simplesmente por ter encontrado estas duas belíssimas capas num blogue.
Ainda vou muito no início. Para já, no passo que se segue, gostei imenso da relação inusitada que se estabelece entre contar histórias, estar deitado na cama vestido e calçado e infringir os regulamentos:

«Nós, eu e ele, muitas vezes nos deitamos juntos na cama do meu quarto, vestidos, sem tirar os sapatos, e fumamos cigarros, o que vai contra os regulamentos. Schacht gosta de infringir os regulamentos, e eu, digo-o abertamente, não gosto menos. Contamos grandes histórias um ao outro, enquanto estamos assim deitados, histórias da vida, ou seja, reais, mas sobretudo histórias inventadas com acontecimentos que apanhamos do ar. E então à nossa volta tudo parece levemente ressoar num movimento ascendente e descendente ao longo das paredes. O quarto estreito e escuro estende-se, surgem estradas, salões, cidades, palácios, pessoas e paisagens desconhecidas, trovões e sussurros, prantos e conversas, e assim por diante.»

Jakob Von Gunten, de Robert Walser
Trad. Isabel Castro Silva, Relógio d’Água, p. 15

Acidentes

Via BiblioOdyssey

Eu diria que há um tudo-nada de abrangência excessiva em quase todas as descrições de acidentes cardíacos que conheço. «Dor no peito que vai para o pescoço, queixo, braços ou costas, mal-estar, suores frios e sensação de náuseas ou vómitos», «a dor não varia com a respiração ou mudança de posição»: o elenco dos sinais de enfarte proposto pela Coordenação Nacional para as Doenças Cardiovasculares nos anúncios de uma nova campanha de divulgação, por exemplo, podia funcionar também não só como descrição válida de um simples ataque de pânico, mas até como narrativa impressionista da segunda e da terceira décadas da minha vida.


quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Meu querido Verão de 2008


Tão pouco sol apanhei durante o Verão de 2008 que chego por vezes a recear que a palidez me dissolva definitivamente os traços do rosto. De contacto com o mundo exterior limitado à observação através da janela de um escritório com vista para uma esplanada e um pequeno jardim, habituei-me a medir as horas do dia através da comparência de certas figuras, reconhecendo os frequentadores assíduos do café como elementos importantes da minha vida.
O dia a começar através da montagem dos guarda-sóis e da arrumação das mesas e das cadeiras, ecos metálicos pelo ar. Uma lufada de vento mais forte, a meio da manhã, fazendo os guarda-sóis desabar sobre os clientes mais adormecidos; os gémeos jogando futebol sobre a relva, com sandálias verde fluorescente; o dentista bodybuilder e motard fumando um cigarro antes de ir trabalhar.
Julgar-se-ia que um homem e uma mulher envergando camisas no mesmo invulgar tom de rosa-choque, lado a lado mas em mesas diferentes e sem se conhecerem, fossem mais adequados a um filme de Rohmer do que a um café de Telheiras observado por alguém que sofre de enxaquecas e apesar disso tenta organizar as ideias durante o Verão, mas pormenores insólitos e dissonantes ocorrem invariavelmente a meio da tarde.
De entre os figurantes e protagonistas da esplanada, chamava-me sempre a atenção um senhor de alguma idade que aparecia sozinho com um cãozinho branco de aparência pouco simpática. Muito nervoso, o cãozinho rosnava a qualquer outro animalzito que lhe acontecesse avistar ao longe. Bastava o dono deixá-lo cá fora enquanto ia pagar para ele armar grande chinfrineira. Optar por ficar dentro do café e deixá-lo no exterior era a garantia mais certa de cerca de meia-hora de latidos lancinantes e de três parágrafos para deitar fora.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Machado de Assis, conhecido

Fico um bocado perplexa quando se fala do desconhecimento da obra de Machado de Assis em Portugal. Pelo menos durante a década de noventa do séc. XX, a cadeira de Literatura Brasileira foi obrigatória para o curso de Estudos Portugueses, e opcional para as variantes de Línguas e Literaturas Modernas que incluíssem Português na Faculdade de Letras do Porto. Nesse tempo entravam por ano em cada variante à volta de 60 alunos. Durante esses anos, eu e centenas de outros alunos estudámos não só Machado de Assis (contos e o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas), mas também Guimarães Rosa e Clarice Lispector. A cadeira de Literatura Brasileira era assegurada pelo Prof. Arnaldo Saraiva, um excelente comunicador. Muita gente lia depois mais romances de Machado de Assis: Quincas Borba e Dom Casmurro estavam disponíveis no mercado em edições baratinhas da Lello & Irmão.
Não percebo, portanto, que se fale de desconhecimento. Falar-se ou não de um autor nos jornais e em blogues não significa necessariamente que ele é conhecido ou desconhecido. Muita gente em Portugal fala de Proust, por exemplo, e parece-me que Proust é menos lido e, por conseguinte, menos conhecido do que Machado de Assis.

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