Sem o amálgama disforme de arame e cordel unindo farrapos de roupas velhas, fragmentos de peles de animais empalhados e peluches estraçalhados que só de perto é possível destrinçar, não haveria a inclinação predatória, majestosa e selvagem da cabeça do bufo-real.
Ao longe, às vezes, é fácil fingir que não se vê. Em tudo o que existe, a reunião precária dos restos das presas que caçou, dos objectos que desejou, gastou, construiu imperfeitamente ou destruiu, daquilo que deixou de servir.
Imagem: Bufo-real de Kathryn Spence, via Bioephemera