Durante mais de setecentas dias e setecentas noites, entre 2007 e o início de 2009, tive alguns livros permanentemente a meu lado, junto à secretária. Convinha-me tê-los à mão porque os consultava a todos quase diariamente.
Um desses livros tinha na capa uma imagem a preto e branco de um filme a cores de Bresson que não só eu nunca tinha visto como já tinha desesperado de ver.
Vi esse filme ontem. As cores são mesmo muito importantes: o rapaz que aparece na imagem, protagonista do filme, é pintor.
Acho que nem pestanejei nem respirei durante os breves segundos em que a imagem que está na capa do livro apareceu no écran.
O protagonista sai da cama, vai à janela, olha para cima e observa a chuva a deslizar pelo vidro.
Um desses livros tinha na capa uma imagem a preto e branco de um filme a cores de Bresson que não só eu nunca tinha visto como já tinha desesperado de ver.
Vi esse filme ontem. As cores são mesmo muito importantes: o rapaz que aparece na imagem, protagonista do filme, é pintor.
Acho que nem pestanejei nem respirei durante os breves segundos em que a imagem que está na capa do livro apareceu no écran.
O protagonista sai da cama, vai à janela, olha para cima e observa a chuva a deslizar pelo vidro.
Já na cena seguinte, depois de voltar a respirar, juro que os meus últimos dois anos me passaram velozmente à frente dos olhos, como acontece aos afogados.