«I too am not a bit tamed, I too am untranslatable» (Walt Whitman) | setadespedida@yahoo.co.uk

quinta-feira, 12 de março de 2009

Quinta frase, p. 161


Respondendo ao desafio que me foi colocado aqui, cito de The Shadow of the Sun, de A. S. Byatt, que acabei de ler ontem.
Descontextualizada, a quinta frase parece intrigante, mas regras são regras:
«Underwear will do.»

Na introdução explica-se que o livro foi inicialmente publicado com o título Shadow of the Sun. Como era o seu primeiro romance, A. S. Byatt aceitou calmamente a eliminação do artigo «the» do título, proposta por Cecil Day Lewis, da Chatto and Windus.
Mais tarde, porém, quando já era uma escritora consagrada, fez questão de repor o título original, argumentando que «The sun has no shadow, that is the point. / You have to be the sun or nothing.»

O sol de A. S. Byatt neste livro é, segundo ela própria, muito influenciado pelo sol de Van Gogh. É sempre muito interessante reflectir um pouco sobre a influência das artes plásticas na prosa deste escritora. Nunca se trata de escrever sobre imagens, espaços ou personagens vindos directamente da tela dos pintores que a inspiram. Das telas ficam as cores, os movimentos, aquilo da visão de A. S. Byatt que a escritora descobre ter em comum com a visão dos artistas.

Pessoalmente, prefiro os contos e os ensaios desta escritora aos seus romances. Mas este romance é muito bom.

Imagem: Cornfield by Moonlight with the Evening Star, Samuel Palmer, c. 1830, reproduzido na capa da minha edição.


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