Nem diários, nem cartas. Os únicos cadernos que a minha avó guardava eram de receitas, algumas apontadas por ela, outras pelo meu avô, que tinha uma caligrafia muito bonita, embora difícil de decifrar.
De certa forma, é possível encontrar nestes cadernos um registo fiel do quotidiano dos meus avós. Não só aquilo que comiam todos os dias, mas também parte do que se passava entre as refeições, sobretudo na vida da minha avó: os períodos de escolha, as compras, a preparação dos pratos, o tempo de espera enquanto a comida estava no forno ou ao lume, os sonhos por entre tudo isto.
Da última vez que visitei a casa dos meus avós, fiquei incomodada com o vazio daquele sítio que costumava estar sempre cheio de gente. A toda a hora me parecia sentir chegar alguém com coisas para contar ou perguntas a fazer. Um cão ou um gato dos muitos que por lá foram morando.
Se ao menos me tivesse lembrado dos livros de receitas.
De certa forma, é possível encontrar nestes cadernos um registo fiel do quotidiano dos meus avós. Não só aquilo que comiam todos os dias, mas também parte do que se passava entre as refeições, sobretudo na vida da minha avó: os períodos de escolha, as compras, a preparação dos pratos, o tempo de espera enquanto a comida estava no forno ou ao lume, os sonhos por entre tudo isto.
Da última vez que visitei a casa dos meus avós, fiquei incomodada com o vazio daquele sítio que costumava estar sempre cheio de gente. A toda a hora me parecia sentir chegar alguém com coisas para contar ou perguntas a fazer. Um cão ou um gato dos muitos que por lá foram morando.
Se ao menos me tivesse lembrado dos livros de receitas.