Glen Baxter move-se com grande frequência num universo de personagens de rosto relativamente inexpressivo, envergando roupa de tweed, de cowboy ou de explorador, mas grandes conhecedoras de teóricos da literatura polémicos, de profundas problemáticas da filosofia e de escritores perturbadores como Kafka.
Perante a associação inesperada entre texto e imagem nestes cartoons, é fácil darmos por nós a tecer relações vagamente duvidosas a partir de outras coisas que conhecemos (não só textos e imagens), a inventar histórias incongruentes, ainda que com remotas possibilidades de ocorrrência.
Perante a associação inesperada entre texto e imagem nestes cartoons, é fácil darmos por nós a tecer relações vagamente duvidosas a partir de outras coisas que conhecemos (não só textos e imagens), a inventar histórias incongruentes, ainda que com remotas possibilidades de ocorrrência.
A mim, a fome da rapariga francesa deste cartoon sempre me fez recordar a voracidade sanguinária da menina do quadro de Magritte. Depois de descobrir que Glen Baxter é um grande admirador do pintor surrealista belga nunca mais deixei de acreditar que podia ser a mesma personagem, apenas mais velha, mais gorda, mais mal vestida e algo desorientada.
Gostar de pássaros a ponto de os ingerir crus nunca há-de levar ninguém muito longe, parece-me.