«I too am not a bit tamed, I too am untranslatable» (Walt Whitman) | setadespedida@yahoo.co.uk

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Livros em 2015


Por motivos académicos, profissionais e pessoais, leio muita coisa.  Devido às políticas dos últimos anos, a miséria cultural vai-se tornando cada vez mais evidente. (Não vale a pena ter ilusões: a pobreza financeira tem como consequência a pobreza cultural.)

Estamos todos cada vez mais iguais e mais desinteressantes, tentando a todo o custo nivelarmo-nos pelo mínimo denominador de modo a assegurarmos uma sobrevivência duvidosa.

Cada vez há menos espaço para escolhas culturais diferentes. Cada vez valorizo mais livros improváveis, que não se limitam a repetir o que já foi dito até à exaustão.
 
Destaco os seguintes livros que li por prazer em 2015:
 







Li vários livros de Anne Carson e de Mary Ruefle, duas poetas que também são ensaístas. Ambas mostram não só que a poesia não está tão afastada do ensaio como se poderia pensar, mas também que escrever poesia e ensaios simplica tanto explorar o que pensamos como o que sentimos.





A capa de Can’t and Won’t e esta intervenção de Lydia Davis sintetizam os elementos principais que admiro tanto nos livros dela como na sua atitude perante o mundo. Essencialmente, consciência do ofício e persistência em ser ela mesma, sem concessões: «Don’t ever cave in to the pressure.» Em certos casos, a resposta tem mesmo de ser: «Não posso nem quero.»




Uma autora que provavelmente só eu ainda não conhecia.





Um ano em que sai pelo menos mais um livro de Maira Kalman não pode ser um ano perdido.





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