«I too am not a bit tamed, I too am untranslatable» (Walt Whitman) | setadespedida@yahoo.co.uk

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Potencialidades ficcionais das enxaquecas

Na antologia de contos de Anne Enright há um texto («Pale Hands I Loved, Beside the Shalimar») com um excelente momento dedicado à enxaqueca: chegada, persistência, desaparecimento («There is something unbelievable about a migraine. You lie there and can’t believe it. You lie there, rigid with unbelief, like an atheist in hell.», p. 185)
Sonho em encontrar uma antologia em que esta condição assuma um papel se não central pelo menos importante. Que me lembre, infelizmente, não me passaram pelas mãos muitos textos com esta característica. Para além do conto de Anne Enright, um conto de Julio Cortázar e o magnífico segundo capítulo de Margarita e o Mestre. Alguém se recorda de outros?


[Este post veio a propósito de um Top Ten de cenas com café.]


Um comentário de Luís Monteiro:
Há outras referências julgo eu. Desde o "basta" do Robert Walser, até ao retrato de um artista de Joyce. Um ou outro livro do Bernhard. E talvez, "Amor e Dinheiro" de Erskine Caldwell. E eventualmente, uma estrofe das elegias de Hölderlin.


Uma sugestão de Simão Pamplona
Entre o conto e a crónica: "In Bed", de Joan Didion (do livro The White Album).






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