2010 e 2011 foram anos em que estive muito ocupada. Isso foi excelente, ainda que com a consequência de hoje o animus ser de exaustão.
Uma grande parte da segunda metade de 2011 foi passada a planear e preparar leituras de ensaios para 2012, mas na primeira metade houve algum tempo para a ficção.
Entre as minhas leituras de ficção, destaco três autoras maravilhosas a que ainda não tinha prestado a devida atenção: Rebecca West, Elizabeth Bowen e Shirley Hazzard.
Durante o ano, a Páscoa foi um das épocas mais agradáveis, com uma viagem de comboio a Madrid na companhia do primeiro volume das crónicas de Bénard da Costa. (A profusão de gralhas e erros não arruinou o prazer da leitura, mas, editoras do meu país, mais cuidado com a revisão.)
Por incrível que pareça, nunca tinha lido nada de Saul Bellow. Além de Seize the Day, em 2011 li The Adventures of Augie March e praparo-me para ler Herzog. Não se fala tanto de Bellow como se devia.
Assinalo ainda a descoberta de um grande e estranho escritor argentino (César Aira) e a conclusão da leitura de uma selecção de excertos dos diários de Virginia Woolf, iniciada há anos. Gosto de ler diários. Parece-me inclusivamente que Virginia Woolf se liberta nestes textos da compulsão de «escrever bem» que caracteriza muitos dos seus romances -- e só ganha com isso.
Depois de acabar Virginia Woolf, passei para os diários de Thoreau, leitura que no futuro certamente figurará numa lista de final do ano deste blogue.
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