«I too am not a bit tamed, I too am untranslatable» (Walt Whitman) | setadespedida@yahoo.co.uk

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Os pássaros de Shakespeare

Via Robotwalrus

É tão raro encontrarmos histórias sobre desejos e sonhos nas televisões e nos jornais, por entre os episódios gratuitos de ganância e violência que por lá abundam. E, no entanto, desejos e sonhos são uma componente importante e por vezes decisiva de todas as vidas.
De Eugene Schieffelin pouco mais se sabe para além do facto de ter libertado sessenta estorninhos europeus no Central Park de Nova Iorque em 1890 e outros quarenta em 1891. Conta-se que Schieffelin agiu movido pelo desejo de que os americanos pudessem ver no seu país todos os pássaros mencionados nas peças de Shakespeare.
Schieffelin terá depois chegado a tentar introduzir piscos, tentilhões, rouxinóis e cotovias nos Estados Unidos, mas sem o sucesso que obteve com os estorninhos. Os descendentes dos estorninhos de Schieffelin são actualmente tão numerosos no país que é bem possível que se tenham tornado mais conhecidos lá do que o próprio escritor inglês que os referiu apenas uma vez na sua obra.
E foi assim que o capricho vagamente literário de um excêntrico alterou a fauna dos Estados Unidos.
Se Schieffelin tivesse feito o mesmo hoje, provavelmente nunca teríamos sabido.


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